Todos sabem — os
não fumantes, por farta informação nas mídias e por ver as
mensagens nos maços de cigarros — que fumar está diretamente
associado a infartos no coração, cérebro (chamados de AVCs),
câncer de pulmão, estômago, esôfago, bexiga e laringe.
O fumo danifica os
pulmões, gerando enfisema pulmonar e a doença pulmonar obstrutiva
crônica. Também acelera o processo de arteriosclerose, ou
entupimento das artérias, como causa de amputações de membros,
pernas, pés.
O vício do tabaco é
potente, tanto por fatores psíquicos, quanto pela dependência
química, sendo mais efetivo que a heroína em causar dependência.
Em mulheres, essa
dependência química é muito maior, por razão de “receptores
mais sensíveis” à nicotina. E, por razões culturais, as mulheres
passaram a fumar mais e a ter doenças que eram quase exclusivas de
homens.
Por outro lado, o
vício do tabaco vem sendo combatido fortemente, quer por restrição
da publicidade, restrição de fumo em lugares fechados, prédios,
hospitais. Com isso, houve uma diminuição percentual significativa
do número de fumantes — mas não basta, pois o fumo é a principal
causa de morte evitável.
Sabe-se hoje que,
além de todo o mal descrito, fumar está associado ao
desencadeamento de quadro de artrites inflamatórias, como a Artrite
Reumatoide, Psoriásica, piorando o quadro de Lúpus Eritematoso
Sistêmico e aumentando a resistência aos medicamentos utilizados
para tratar esses reumatismos.
A orientação ao
paciente para parar de fumar ou sobre o impacto do fumo em seu
reumatismo passou a ser parte mandatória na consulta reumatológica,
com forte impacto em níveis de evidência.
Com o melhor
tratamento das várias doenças reumatológicas, os pacientes
passaram a viver mais e melhor. Porém, outros problemas clínicos
passaram a fazer parte da condução clínica e gerenciamento de sua
saúde, pois o quadro inflamatório crônico, por si só, está
relacionado com o aumento da arteriosclerose. O processo de entupir
as artérias provocado pelo fumo e, por consequência, infartos no
coração e derrames, ocorrem em idades mais precoces do que na
população em geral. Fumar, para o paciente com reumatismo,
significa acelerar exponencialmente esse processo e abreviar tempo e
qualidade de vida.
É preciso conscientizar os fumantes — principalmente os portadores de doenças reumáticas — das vantagens em se parar de fumar
e optarem por uma vida mais ativa, conceito também incorporado ao
tratamento e orientação a nossos pacientes.
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